Executivas do setor debateram tendências em evento realizado em São Paulo nesta sexta-feira, 29
Taxa de juro de dois dígitos, inflação de até 100% em algum material de construção, e menor poder de compra da população brasileira. O cenário pós-pandemia representa certamente um revés para o mercado imobiliário. Como navegar nesse cenário econômico mais complexo?
É o que discutiram executivas do setor nesta sexta-feira, 29, no painel “Tendências do Real State”. O debate faz parte da programação do evento “Soma — O mundo imobiliário completo com as protagonistas”.
Organizado pelo movimento Mulheres do Imobiliário, idealizado e fundado por Elisa Tawil, o evento, apoiado pela EXAME, tem como objetivo promover a diversidade e equidade do setor, além de formar uma rede de apoio para profissionais do segmento.
Veja abaixo cinco insights comentados por Tânia Costa, diretora de desenvolvimento da Regus; Mariliza Pereira, CEO da construtora Rio8; Giovanna Campanelli, diretora de real state do escritório de advocacia Alvarez & Marsal; e Maria Júlia Temprano. CFO da CP Construplan.
Eficiência operacional
Ter dinheiro em caixa para imprevistos é uma característica essencial para mercados de ciclo longo como o imobiliário, mas que se mostrou ainda mais importante na pandemia.
A alta inflação do material não é, no atual cenário, de perda do poder de compra, facilmente repassada para o preço dos imóveis. Estrangulados pelos custos, muitos pequenos e médio construtores vêm encerrando atividades, diz Campanelli, do escritório Alvarez & Marsal
“Um caminho para sair desse ciclo é buscar maior eficiência”, diz a executiva. “Uma solução posível é integrar engenharia e escritório para reduzir desperdícios com o intuito de conservar as margens do negócio.”
Trabalho híbrido
É fato: a maioria dos funcionários das empresas quer o trabalho híbrido no pós-pandemia, e isso muda a demanda por espaços, diz Costa, da Regus,
Existe agora uma demanda por trabalhar mais perto de casa, o que cria uma oportunidade para a construção de escritórios fora de regiões tipicamente comerciais. Além disso, há uma maior exigência dos funcionários sobre seus escritórios. “É necessário mostrar que o escritório é mais atrativo do que trabalhar no Starbucks da esquina.”
Imóveis de médio e alto padrão
Para Pereira, CEO da Rio8, estranguladas pela inflação do material de construção, e diante do aumento da taxa de juro, muitas construtoras viraram a chave do segmento de imóveis econômicos para empreendimentos de médio e alto padrão ao longo da pandemia.